
Trata-se de um estimulante projecto do multifacetado saxofonista John Zorn, acompanhado pela fina-flor dos músicos nova-iorquinos: Bill Frisell, Fred Frith, Wayne Horvitz, Joey Baron; e com a colaboração do vocalista Yamatsuka Eye dos Boredoms, cujo objectivo inicial era testar os limites da composição e da improvisação com uma banda de rock tradicional.
Dessa forma a música presente no disco incorpora elementos tão diversos como o free-jazz ou o punk-rock.
Assim o disco inclui uma notável reinterpretação de “Lonely Woman” de Ornette Coleman, alucinantes versões de temas de filmes clássicos como “The James Bond Theme”, “Chinatown” ou “A Shot In the Dark”, e inclusive puros exercícios de hardcore-rock, próprios para fãs dos Napalm Death ou Carcass (com quem chegaram a partilhar os palcos), como em “Speedball” ou “N.Y. Flat Top Box”, onde Yamatsuka Eye parece estar possuído.
No entanto a maioria dos temas são imprevisíveis originais, onde são evidentes também as qualidades de compositor de Zorn, que se destacam em “Saigon Pick-Up”, onde vão variando de estilo e “tempos”, mas conseguem-se manter perfeitamente consistentes.
Totalmente diferente do seu trabalho posterior com o projecto Masada, não é um disco para ouvidos e corações frágeis. Excitante, mas assustador.
3 comentários:
sinceramente acho John Zorn uma figura importante, com bastante talento e sempre que mete o dedo em colaboração com outras bandas vale a pena ouvir, pq normalmente são projectos alternativos interessantes... mas não consigo gostar dos seus trabalhos, muito extremistas e demasiado abstractos. Este "naked city" penso que já ouvi e não consegui gostar, enfim... Mas gosto de Amon Tobin/Mike Ladd ou The Orb, são gostos :)
É verdade, o Zorn sempre consegue surpreender, mas não são sons fáceis de assimilar.
O que eu mais admiro é a sua continua capacidade de experimentação.
Este disco é um mundo, com as suas inúmeras faixas.
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