11 junho 2008

Electronic # 3 - Jimi Tenor – “Intervision” (1997 Warp)

Se não conhecem o trabalho de Jimi Tenor, não estejam à espera do perverso “techno” muito usual nos discos da Warp.
De uma forma notável Tenor rouba maldosamente de todos os quadrantes da música “pop”, “funk” e “jazz” anglo-saxónica. E as suas influências são bem visíveis, de Stan Getz a Gary Numan, passando por Gary Glitter ou Barry White. Se juntarmos a tudo isto uma confessa fascinação pelas bandas sonoras dos “film noir” dos anos 60 e 70, e graças a uma virtuosidade de camaleão, este finlandês, conseguiu um conjunto de linguagens musicais originalmente diferentes e múltiplas.
Estamos perante uma verdadeira, ecléctica e divertida aventura. Temos a ritmada “Wiping Out” como as suas vocalizações “vocoded” e ritmos “jazzy”, a cativante “Sugardaddy” com as suas impuras e ásperas matrizes rítmicas, a personificação de Barry White em “Downtown” ou “”Can´t Stay With You Baby”. Em “Outta Space” somos rapidamente transportados para um mundo de “esmagadores” baixos, e melodias penosas. E somos surpreendidos pela forma como conduz o clássico de Duke Ellington, “Caravan”, para o século XXI.
O melhor deste disco é o facto que melhora a cada audição, e é o melhor lugar para se começar a acompanhar a obra de Tenor.
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