The Rakes – um concerto interessante, ainda com o pôr-do-sol como companhia, o que nem sempre ajuda. Mas a capacidade do vocalista Alan Donohoe de interagir com o público e uma grande fome de palco, permitiu que criassem uma excelente dinâmica na interpretação das canções mais conhecidas como “We Danced Together” ou “22 Grand Job”.
The Sounds – visualmente o espectáculo foi dominado pela forte presença da vocalista e os seus curtos calções. Uma actuação onde a forte sexualidade exibida tentou apagar alguma falta de consistência vocal. De resto apenas o prazer de ouvir essas reciclagens da “new wave” como “Painted By Numbers” ou “Tony the Beat”.
Editors – actualmente já são uma banda que recebe um grande carinho e apoio em Portugal, e demonstraram que não desiludem sempre que pisam os palcos nacionais.

Muito seguros em palco, destacou-se a exuberância do vocalista Tom Smith e a brilhante performance de Chris Urbanowicz na sua
Rickenbacker. Exibiram-se a um excelente nível e contagiaram o público, chegando a atingir momentos arrebatadores nas canções mais conhecidas como “Blood”, “Bones”, “All Sparks”, “An End Has A Start”, “Fingers In The Factories” “Bullets”, “Smokers Outside The Hospital Doors”, “Munich” ou “The Racing Rats”.
Primal Scream – Confesso que estava preocupado, pois numa primeira audição, o último disco (“Beautiful Future”) não me tinha convencido. Mas após umas repetições já começav

a a entrar, e seria aqui, em palco, que essa ideia se dissipou. Pois Bobby Gillespie e companhia, numa prestação muito ecléctica, apesar de mais centrada nos temas mais “rock’n’roll”, demonstraram como se consegue conquistar um público que na sua maioria não conhecia a fase mais experimental dos PS. Numa noite fria (Gary “Mani” Mounfield, grande presença no baixo, ainda perguntou o que se passava com o tempo), abriram o concerto com muita garra através de “Can’t Go Back”, seguiram-se bons momentos com “Dolls”, “Miss Lucifer” e “Suicide Bomb”. Mas penso que foi a partir da surpreendente e notável prestação de “Beautiful Future” (caiu-me bem melhor ao vivo), que conseguiram definitivamente agarrar o público e perspectivar um “belo futuro”. Atingiram o ponto alto na trilogia de “XTRMNTR”: “Kill All Hippies”, “Shoot Speed /Kill Light” e na energicamente viciante “Swastika Eyes”. E com o público já rendido, não baixaram o ritmo, e prosseguiram magnificamente com “Movin’ On Up” (arrepiante, nesta altura já estava rouco), “Country Girl” e “Rocks”. Apenas um senão, faltou um “encore”, para ouvirmos “Higher Than The Sun”.
Ainda fui até ao palco secundário ouvir os putos
These New Puritans, que foram uma boa surpresa, pois estivem muito concentrados e não comprometeram na apresentação do seu disco de estreia, “Beat Pyramid”.