
O conteúdo lírico de “The Creek Drank The Cradle” é personalizado no método daqueles que estudaram os discos de Nick Drake, mas a atmosfera aqui é maduramente americana. Como o título do disco deixa explícito, Beam estava familiar com o peso icónico de certas palavras numa era onde se redescobriu o trabalho antológico de Harry Smith. Outras distintas influências americanas no seu trabalho são igualmente oferecidas sem pretensão. O encanto das suas melódicas composições e a sua entrega lançam sopros quer de David Crosby quer dos primórdios de Paul Simon, duas referências que são uma anátema para alguns, excepto os conscientes estudantes da tradição “folk” americana.
Para além de todas estas referências, o que torna este disco tão cativante é a combinação invulgar de elementos. A sua forma gentil e vacilante arrasta-me para as suas profundezas de cada vez que ouço. A forma como a gravação “lo-fi” combina com a mesmérica qualidade da guitarra circular e a sussurrante vocalização criam uma rara atmosfera holística.
Curiosamente, estranhei que um disco como este fosse editado numa editora associada a um tipo muito específico de “rock”. Mas é mais excitante pensar que a velha guarda do “underground” estava/está a expandir a sua mente para conter tudo o que é digno – independente dos géneros. Como deve ser.
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Iron & Wine - Southern Anthem
1 comentário:
Sem dúvida um grande album! Foi com este que conheci este projecto e desde entao sigo com atenção...;)
abraço
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