20 maio 2009

Mono – “Hymn To The Immortal Wind” (2009 Temporary Residence)

Depois do excelente “You Are There” (2006) era com expectativa que se aguardava o regresso dos Mono, felizmente eles excederam-se e criaram uma cinemática, iluminada, meditativa e espiritual obra-prima orquestral.
Produzido por Steve Albini, cuja atenção aos requintados pormenores de gravação do som ambiente dá ao disco uma sensibilidade sufocada e claustrofobica, a qual paradoxalmente fornece a sua explosiva conectividade. E a banda usando similaridades estruturais que dão ao disco uma essencial homogeneidade e fluxo, criam temas irresistíveis, começam com delicadas melodias, depois aplicam camadas e camadas de guitarras (inundadas de noise) e arranjos de cordas, e finalmente adicionam cintilantes explosões revestidas de uma enorme aura.
O disco abre com a colossal e asfixiante experiência que é “Ashes In The Snow”, a qual fornece o padrão sonoro, ao atingir o seu intolerável clímax somente passados oito minutos (num total de onze que constituem o tema), mas que transgride o estabelecido protocolo musical ao possuir e introduzir um novo “coda” – uma secção de cordas que domina o disco. Notáveis são também as arrebatadoras guitarras e orquestrações de “The Battle To Heaven”, o melancólico “Burial At Sea” e o seu provocador esplendor, o vertiginoso espiral de feedback e frenesim orquestral de “Pure As Snow (Trails Of The Winter Storm)”, até fecharmos ao belo capitulo final, “Everlasting Light”, recheado de convenientemente esmagadores crescendos, que desabrocham num elevadíssimo vértice final. E que estabelece os Mono como modernos expoentes máximos do “post-rock”, ao lado de Sigur Rós, Explosions In The Sky ou A Silver Mt. Zion.
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