02 novembro 2009

R.I.P.: António Sérgio

Aos 59 anos, António Sérgio, último dos radialistas com programa de autor, morreu sábado à noite em consequência de um problema cardíaco, mas a sua influência nas ondas hertzianas estendeu-se ao longo dos anos, na divulgação da chamada música alternativa.
Começou em 1968 na Rádio Renascença, mas foi no final da década de 1970, quando ingressou na Rádio Comercial, que a sua popularidade se consolidou, ajudando a divulgar novos estilos e tendências da música moderna. Ficaram celebres programas onde deixou a sua imagem de marca como Rotação, Rolls Rock, Som da Frente, Lança-Chamas, O Grande Delta e A Hora do Lobo.António Sérgio fazia actualmente o programa Viriato 25 da rádio Radar, e cujo dono o qualificou como "um mestre da rádio, uma referência" ou o "John Peel português".
Musicalmente foi um pai para muitos da minha geração, e uma das suas frases com que mais me identifico é: "tudo é música desde que saibamos apreciar".
Muita falta vai fazer.

2 comentários:

Anónimo disse...

O meu sincero obrigado...

strange quark disse...

A primeira vez que o ouvi foi no Rolls Rock, e depois no Som da Frente. Na altura, a Comercial era uma rádio com nível e bastantes programas de autor que permitiram inclusivamente a existência de programas que passavam álbuns inteiros como o "2 Pontos". Era a minha bíblia musical. Ainda o acompanhei na XFM e agora mais recentemente na Radar. A grande diferença para o John Peel é que o António Sérgio, ao contrário do John que tão somente trabalhava na BBC, nunca deixou verdadeiramente de ser um resistente que lutava contra uma corrente amorfa que o empurrava para um gueto e reduto alternativo. Fruto também da forma como Portugal trata a música e os músicos, creio, e que inevitavelmente abandalhou o conceito de rádio e divulgaçao musical. O António Sérgio, vivendo neste canto, apenas demonstrou que o país nunca o mereceu verdadeiramente. Salve-se a minoria que o ouvia e acarinha, onde orgulhosamente nos incluimos.

Um abraço