
A sonoridade do disco é avassaladora, como se fossemos atingidos por uma parede de som, e a chave para o duradouro apelo, encontra-se em grande parte na sua simplicidade, pois os Big Black destilaram a música “rock” através dos seus elementos mais básicos: guitarra, baixo e “drum machine”. E apesar desta abordagem minimalista, “Songs About Fucking” é dificilmente macio e torna-se verdadeiramente provocador – o que emerge é uma barragem de contundente e destripante “noise” que agride os tímpanos com uma mistura de desconcertantes rajadas de guitarra e pulsantes “beats” industriais. Tudo isto culminando com o demente e enlouquecido estilo vocal de Albini.
Os conceitos aqui lançados aqui são geralmente desagradáveis e niilistas, seja o sujo ruído de “The Power Of Independent Trucking”, as fracturadas “basslines” e a inumana programação de “Bad Penny” e “Columbian Necktie”, o “punk” agressivo de “L-Dopa”, a raiva do “proto” industrial “Precious Thing”, a sinistra “Kitty Empire”, ou o puro “feedback” e as empoladas, distorcidas vocalizações presentes em “The Model”, uma assombrosa versão do original dos Kraftwerk. E tudo isto através do que parece ser uma “incorrecta” mistura e engenharia das canções, pois as mesmas soam como se estivessem a sair através de um pequeno rádio portátil.
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