
Um trabalho singular, contribuiu para a evolução artística ao utilizar a tradição estabelecida e esmagando tudo em pedaços, numa época em que a maioria dos músicos procurava inspiração nas décadas anteriores, “94 Diskont” surgiu com uma refrescante visão do futuro, não abandonando a música electrónica do passado, mas transformando-a de formas imagináveis.
O tema de abertura “Do While” consegue, em pouco mais de 20 minutos, um ponto culminante e de destilação de todos os anteriores esforços minimalistas na música.
Conscientemente ou não, sintetizou a influência e as melhoras práticas do mais puro minimalismo de Steve Reich ou Terry Riley com essência digital da nova tecnologia “instrumental”.
A partir de detritos digitais, Oval construiu um ressonante holismo de pura beleza cristalina. E se o disco é difícil no seu propósito e metodologia, também não revela as influências e arrisca, agravado por um forte sentimento de melodia e capacidade de composição.
O tempo demonstrou que o trabalho de Markus Popp foi revolucionário, começando com a criação – ou melhor, negação – do facto musical, reduzindo-o a um conjunto de processos e algoritmos, sem aplicações dramáticas ou emocionais. Apesar de intransigente, revela-se mais acessível com subsequentes audições.
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