05 janeiro 2011

My Favorites # 23 - Wall Of Voodoo – “Seven Days In Sammystown” (1985 I.R.S.)

Depois do formidável “Dark Continent”, do espantoso “Call of The West”, e com o inesperado sucesso de “Mexican Radio”, muitos pensaram que com a saída do seu principal compositor e vocalista Stan Ridgway, os WOV se iriam afundar.
Mas isso fez com que a banda amadurecesse e seguisse uma nova direcção, pois aqui tudo está em perfeito equilíbrio, através de som exuberante e de uma surpreendente dinâmica para um registo com 25 anos. Gravado em Inglaterra, com Ian Broudie (The Pale Fountains, The Coral) e Gil Norton (Pixies, Echo & The Bunnymen), este é o disco que altera o mecanizado som dos Voodoo, evidente nos sintetizadores muito da época utilizados nos registos anteriores, levando-o para novas áreas sonoras. Aqui a constante foi aquele verdadeiramente único som de guitarra de Marc Copeland, e a habilidade na composição de canções, mas a música possui muito mais conteúdo e substância, nuns tons mais sombrios, mas mais energéticos. Provavelmente mais acessível (dá a impressão de ter sido minuciosamente produzido, mas nunca dá a impressão de ter sido sobre-produzido). Temos de juntar a energia e o carisma trazido pelo novo vocalista Andy Prieboy, que sem comprometer o espírito essencial dos WOV ainda conseguiu contemporizou a sua sonoridade.Apesar dos fãs mais incondicionais acharem que é desrespeitoso dizer que este álbum se encontra no mesmo nível dos registos anteriores (o disco seguinte “Happy Planet” já é bastante irregular), é uma bela, retorcida, romântica e sinistra obra-prima, pois desde a incrível “Far Side Of Crazy”, passando pelo requintado humor de “This Business Of Love”, pela pungente “Faded Love”, pela robusta “Mona”, pela intensa “Big City”, por “Dark As A Dungeon” (popularizada por Johnny Cash), pela extraordinária “Tragic Vaudeville”, até à inesperada (para os fãs WOV) “(Don’t Spill My) Courage”, estamos na presença de um disco muito à frente do seu tempo.
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