29 julho 2008

Sub Pop – 3 discos alternativos

Na história da Sub Pop, alguns nomes não tiveram o destaque que mereciam. Aqui ficam três propostas do periodo áureo.

Tad - “God’s Balls” (1989 Sub Pop)
Rock poderosíssimo, com particular destaque para a secção rítmica. A vocalização de Tad Doyle passa pelos mais electrizantes berros alguma vez dados na história do rock, acompanhada de “riffs” que funcionavam como um tipo de serra eléctrica melodiosa, para criarem uma pesada massa sonora que faz lembrar um camião TIR descontrolado a 200 km/h numa auto-estrada. E o que dizer dos títulos das canções: “Satan’s Chainsaw”, “Cyanide Bath”, “Nipple Belt”, “Boiler Room”. Recomenda-se ainda “Salt Lick”, produzido por Steve Albini, e “8-Way Santa”.

Codeine – “Frigid Stars” (1991 Sub Pop)
A música dos Codeine foi designada como “slowcore”, juntamente com outros negros epítetos, mas uma descrição mais adequada para este trio de Nova Iorque seria um “blues” existencialista, mas tocado por brancos. No seu disco de estreia produzem ritmos rastejantes, arranjos esqueléticos e uma quietude vocal que iriam caracterizar todos os discos da banda. Mas Steven Immerwahr (baixo), John Engle (guitarra) e Chris Brokaw (bateria) não estavam a tentar fazer-nos sentir a sua dor, apesar de existir alguma para ser sentida. Tal como a singular linguagem dos “blues” de progressões de acordes e improvisações vocais, a musica dos Codeine foi destinada para fazer sentido, segundo os próprios, “na banalidade do dia a dia”. Mas certamente as suas crises de existencialismo eram mais intelectualizadas que a maioria.

Vaselines – “The Way of The Vaselines” (1992 Sub Pop)
Com um conjunto de temas de uma beleza melódica simplesmente arrebatadora como “Slushy”, “No Hope”, “Molly’s Lips” (que os Nirvana popularizaram), “Monsterpussy” ou “Son of A Gun”, o grupo de Eugene Kelly e Frances McKee foi o mais adolescente e apaixonado que saíu de Seattle. E fizeram do humor doentio uma inspiração descontraída. Eram canções alegres e divertidas, sendo simultaneamente uma ode ao amor inocente e um estímulo ao bater do pé. Um grupo perdido no tempo.

Tad - Flame Tavern

Vaselines - Son of A Gun

3 comentários:

João disse...

Este tema dos Vaseline que disponibilizaste é fabuloso! Obrigado! :))

M.A. disse...

Ora aí está uma boa ideia:
amanhã rumo ao trabalho ao som de "The way of the Vaselines. Boa disposição garantida para o resto do dia!

Abraço

Shumway disse...

John: Ainda bem que gostastes. Estes senhores bem merecem uma maior divulgação.

Abraço