Um dos discos de estreia mais escandalosamente original, em 1975, “Horses”, foi fundamental para estabelecer a nova estética “punk” que alterou as regras do “rock” para sempre, mas catalogar Patti Smith não é fácil, pois a sua música transcende qualquer género musical. Iconoclasta abre o disco com a referência (“Jesus died for somebody’s sins, but not mine”), reinterpretando o velho clássico “Gloria”, de uma forma rude, determinada e provocadora. Está dado o mote para o resto do álbum: sem limites.
Produzido por John Cale, o disco está recheado de perturbadores, mas vivos relatos de sexo e violência, com temas que abordam a violação homossexual, a luxúria e até o suicídio, onde somos transportados para um halucinatório e perigoso sub-mundo. Intensa e poética, no entanto simultaneamente genuína e sincera, ela fez com que as suas “faladas/cantadas” letras se tornassem não só compelíveis, mas também credíveis.
Nunca ninguém verdadeiramente conseguiu restabelecer a originalidade criada por Smith.
É evidente a dramática estrutura das canções: a esperançosa “Free Money” com a sua mutação da bela balada de piano até o mais puro “rock”, o surrealismo evocativo de “Kimberly”, a pesarosa e gentil “Redondo Beach” com as suas influências “ska” e arranjos de sintetizador, o belo hino “Break It Up” que se eleva continuamente e que conta com o contributo de Tom Verlaine dos Television, as duas encantatórias invocações de fantasmas passados - a sublime e emocional “Birdland” (baseado em “Book of Dreams” de Wilhelm Reich), que nos transporta da plenitude até ao êxtase na sua complexa estrutura lírica e musical e a cinemática “Land”, violentamente erótica, com uma transcendente parte vocal e um extraordinário trabalho de guitarra – até à suicida “Elegie”que fecha assustadoramente o disco (escrita a meias com Allan Lanier dos Blue Oyster Cult, tal como “Kimberly”). Convém acrescentar que isto tudo não seria possível sem a excelente banda, liderada por Lenny Kaye, que a acompanhou.
“Horses” será um percursor do “punk”, primeiramente porque antecipou aquele género sonoramente antes da sua materialização, no entanto também porque antecipou o espírito do “punk” pela retrospecção dos velhos dias do “rock’n’roll” e capturar a sua juvenil e inspirada essência.
A sua influência foi óbvia e está presente em P.J.Harvey ou Liz Phair, em outras, ou até mesmo nas Sleater-Kinney. E como a icónica capa com a fotografia de Robert Mapplethorpe o testemunha, Patti Smith é a original Riot Grrrl.
Produzido por John Cale, o disco está recheado de perturbadores, mas vivos relatos de sexo e violência, com temas que abordam a violação homossexual, a luxúria e até o suicídio, onde somos transportados para um halucinatório e perigoso sub-mundo. Intensa e poética, no entanto simultaneamente genuína e sincera, ela fez com que as suas “faladas/cantadas” letras se tornassem não só compelíveis, mas também credíveis.
Nunca ninguém verdadeiramente conseguiu restabelecer a originalidade criada por Smith.
É evidente a dramática estrutura das canções: a esperançosa “Free Money” com a sua mutação da bela balada de piano até o mais puro “rock”, o surrealismo evocativo de “Kimberly”, a pesarosa e gentil “Redondo Beach” com as suas influências “ska” e arranjos de sintetizador, o belo hino “Break It Up” que se eleva continuamente e que conta com o contributo de Tom Verlaine dos Television, as duas encantatórias invocações de fantasmas passados - a sublime e emocional “Birdland” (baseado em “Book of Dreams” de Wilhelm Reich), que nos transporta da plenitude até ao êxtase na sua complexa estrutura lírica e musical e a cinemática “Land”, violentamente erótica, com uma transcendente parte vocal e um extraordinário trabalho de guitarra – até à suicida “Elegie”que fecha assustadoramente o disco (escrita a meias com Allan Lanier dos Blue Oyster Cult, tal como “Kimberly”). Convém acrescentar que isto tudo não seria possível sem a excelente banda, liderada por Lenny Kaye, que a acompanhou.
“Horses” será um percursor do “punk”, primeiramente porque antecipou aquele género sonoramente antes da sua materialização, no entanto também porque antecipou o espírito do “punk” pela retrospecção dos velhos dias do “rock’n’roll” e capturar a sua juvenil e inspirada essência.
A sua influência foi óbvia e está presente em P.J.Harvey ou Liz Phair, em outras, ou até mesmo nas Sleater-Kinney. E como a icónica capa com a fotografia de Robert Mapplethorpe o testemunha, Patti Smith é a original Riot Grrrl.
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2 comentários:
Grande álbum :)...... só para dar um ar da minha graça.
Beijinhos
Um discos da minha vida. E sim, a verdadeira Riot Girrrl. Se bem que mais "comportada" e boa moça agora.
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