04 março 2009

The Durutti Column - Discografia Selectiva

“The Return Of The Durutti Column” (1980 Factory)
“LC” (1981 Factory)
“The Guitar And Other Machines” (1987 Factory)
”Vini Reilly” (1989 Factory)

O ironicamente intitulado disco de estreia, resultou de que devido a diversas singulares circunstâncias, Vini Reilly ficou de fazer um álbum sozinho com Martin Hannett. O resultado é um disco muito simples, mas com um grande charme. A forma de tocar levemente relaxada de Reilly isolado em pranto num canto, é suportada apenas pelas extremamente espaçadas sequências rítmicas de Hannett. Este certamente percebeu que “menos é mais”. “Sketch For Winter” e “Collette” são particularmente belas, e onde o doloroso som das guitarras imediatamente induz um sentimento de nostalgia.
O segundo disco dos TDC surgiu em 1980 e o seu título – LC – foi baseado no movimento político italiano “Lotta Continua”. Desta vez Reilly envolveu-se mais na gravação e trouxe o seu colaborador de longa data, Bruce Mitchell, para tocar bateria. Não surpreende que Reilly surja aqui mais confidente, mas ainda existe uma qualidade intimista, tipo “caseira”, parcialmente porque não participam mais nenhuns músicos, parcialmente porque usaram um gravador de quatro pistas TEAC. Reilly invoca emoções dos pedais de efeitos e restante equipamento, e chega a cantar em algumas canções (algo que até os seus maiores apreciadores desaprovam). É certo que as vocalizações são bem misturadas na retaguarda, mas “The Missing Boy” (sobre a morte de Ian Curtis dos Joy Division) é uma canção tão boa, que faz-nos pensar o que aconteceria se ele tivesse convidado alguém para a cantar.
Com “The Guitar And Other Machines” (1988), estavam hesitantes em realizar um disco “pop”, mas a força de carácter de Reilly assegurou que tal não acontecesse. Este disco é fascinante – Reilly aprendeu a trabalhar com sequenciadores, e alargou a palete sonora ao incluir a “viola” de John Metcalfe e a harmónica de Rob Gray. Finalmente encontrou as apropriadas vocalistas em Pol e na chinesa Liu Sola. E até existe um verdadeiro produtor na figura de Stephen Street. Uma canção como “When The World” tem mais estruturas do que era habitual, com paragens, solos rabiscados e inclusive um refrão.
Recuando um pouco da cratera latente do “pop” ”Vini Reilly” de 1989 ainda conta com a participação de Street, mas têm Reilly na co-produção. Aqui adicionou o “sampling” aos seus atributos e vários “samples” vocais estão disseminados pelas canções. A sonoridade é grandiosa e quente de uma forma melancólica, devido principalmente à maior presença da vigorosa guitarra acústica.
Os quatro discos são todos notáveis, e se prefiro “The Guitar And Other Machines, desconfio que é pela tensão existente entre a disciplinada produção de Stephen Street e a auto-indulgência genial de Vini Reilly”.
_
_

5 comentários:

M.A. disse...

Off-topic:

Epá, parece que te estou a dever um pedido de desculpas. Desleixado como sou na leitura dos e-mails, só hoje soube que andaste pela capital no mês passado. Espero que haja uma próxima visita em breve. Quando for assim, manda um sms. O meu n.º ainda é o mesmo.

Abraço!

Hug The DJ disse...

Grandes Durutti Column!

(está com muito boa cara o teu blog :)

prozac disse...

Durutti Column, man... love them!
Abraço
JP

Shumway disse...

M.A.: no problem. Deve ser em Abril.

Abraço

strange quark disse...

Há um tempo, e inspirado por um post no blogue Classe de 70, mencionei o quanto adorava o álbum LC, que era um dos tais que tinha um amigo e que eu gravei na altura. Entretanto a cassete gastou-se de tal maneira que a maior parte desse material está inaudível. Bem gostava de recuperar uma exemplar do disco, mas tanto quanto sei, encontra-se esgotado.

um abraço