
Albini (“velocity”), Bob Weston (ex-Volcano Suns – “mass”) e o tumultuoso Todd Trainer (ex-Breaking Circus – “time”), tornam o complexo simples, ao criarem um tenso e frugal “rock”, que foi “recorded live in the sudio”, onde os arranjos são minimais e escasseiam, mas onde está bem presente a genuína tensão e energia que apenas pode ser produzida através de uma performance ao vivo. E o muito particular registo sonoro de Albini, utilizando brilhantemente as acústicas e as mais puras e analógicas técnicas de gravação, que retira toda a sofisticação e/ou purificação das modernas técnicas de produção, deixando-o num estado bruto e resoluto, sem que nada atenue o impacto da música.
Provavelmente o melhor produto no catalogue dos Shellac, “At Action Park” desenvolveu o distinto estilo sem subverter o seu poder. E se relembra o “post-rock” na atitude e o “math-rock” na entrega, é um marco na história da música moderna e um livre manifesto de como tornar a música “rock” grandiosa.
Ouçam o áspero circular “noise” de “Song Of The Minerals”, o irregular “feedback” de “Crow”, a fulminante “My Black Ass”, a meditativa “The Idea Of North”, a completamente cáustica “Dog & Pony Show”, ou humor seco presente em “Il Porno Star”.
Um das ultimas bandas de “rock” verdadeiramente intransigente.
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