
E tal como o excelente último disco, “I’m Not Afraid Of You And I Will Beat Your Ass”, desistem rapidamente de se manterem fiéis a uma sonoridade constante e oferecem-nos as características variações sonoras que os fãs se habituaram a esperar da banda.
A destreza com que mudam de estilos, sons e temas de canção para canção é ao mesmo tempo idiossincrásica e surpreendente, e apenas possível de ser conjugado pelo singular ouvido conhecedor de melodias de Kaplan.
Desde o frágil “pop”, passando pelas explosões psicadélicas, pelo áspero “country-pop”, até às improvisações “noise” (e apesar de ser notável, que as suas principais influências musicais – “soul”, “garage rock” – estão mais tradicionais do que é usual), continuamos na presença de uma banda ainda persuasivamente enfeitiçada pela mutabilidade da música “pop”.
Isso é visível nos luxuriantes arranjos orquestrais do “funky” “Here To Fall”, no esplendoroso “pop-rock” de “Avalon Or Someone Very Similar”, na cintilante e encantadora “Nothing To Hide”, no inesperado dueto retro de “If It’s True”, no resplandecente rastro de “feedback” da épica “More Stars Than There Are In Heaven”, ou no hipnótico “noise-freak” de “And The Glitter is Gone”.
É inevitável não se questionar a mensagem subliminar da capa do disco – sinónimo de um futuro digital ou do papel da música nas nossas vidas – em qualquer caso, o disco vive de acordo com o seu título.
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